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Volmir Cordeiro
Rua
Imagem Preset XL
02 Junho
18:00
Artes Performativas
Arboreto

Coreografia e interpretação : Volmir Cordeiro

Percussão: Washington Timbó

Figurino: Vinca Alonso & Volmir Cordeiro

Produção: Donna Volcan

Co-produção: Ménagerie de Verre

Com o apoio de: Musée du Louvre, Laboratoires d’Aubervilliers, LE CND - Un centre d’art pour la danse, ICI - CCN Montpellier / Languedoc-Roussillon

Agradecimentos à Marcella Lista e Marcela Santander Corvalan’

Solo criado no Museu do Louvre, para a FIAC (Foire International d’art contemporain) 2015.

Duração: 1h

Em “Rua”, o coreógrafo e bailarino Volmir Cordeiro encarna múltiplos corpos e rostos. O espaço, percorrido e atravessado pelo bailarino, redesenhado pelos seus movimentos, converte-se numa abstração aberta, enquanto condensa no seu corpo as mais diversas e marginais personagens da fauna urbana. Volmir constrói a sua coreografia a partir de poemas sobre a guerra de Bertolt Brecht, através de uma dança de pensamento e de corpo, encarnando uma plêiade de fantasmas que vagueiam no espaço selvagem da rua.

Para Volmir Cordeiro” A rua é abertura. A rua inventa línguas, tipos; ela abriga os miseráveis e ela empresta a sua cena aos artistas que a tomam como refúgio. A vagabundagem é uma excelente invenção da rua. A rua inventou a classe, a raça, a angústia, o sangue. Da rua ninguém escapa, todo (o) mundo vai à rua. Ela agrupa os homens, as mulheres, as crianças, as manifestações sórdidas. Ela está aí para nós; e nós acreditamos nos tornar Nós quando nos juntamos nas ruas. Mentira. A rua seleciona, divide, limita, impede, dita. A rua não é a estrada. A rua não quer o mundo, ela se contenta com a cidade. E na cidade, milhares de poetas. Os poemas, todos pulverizados. As rugas; as ruas são como rugas de um rosto: as ruas do rosto e as rugas do chão da cidade. Se eu digo que a rua tricota com o Céu, eu não exagero em nada. Eles tem, os dois, essa potência de sentir as coisas, os seres, as matérias pobres. A por-se a nu. Esta rua, a que eu pretendo propor aqui é aquela que sai à caça imparável dos sonhos que os edifícios nos roubaram”.